Trabalho em rede
A educação, sozinha, não dá conta de promover o desenvolvimento intelectual, físico, emocional, social e cultural dos estudantes, tendo em vista a complexidade desses aspectos e as intensas desigualdades que atravessam a sociedade brasileira como um todo, em suas diferentes dimensões. Nesse sentido, é desejável que as lideranças das secretarias de educação busquem estruturar redes de proteção social e promoção dos direitos dos adolescentes em favor de seu bem-estar e desenvolvimento integral, em especial daqueles em situação mais vulnerável.
Fortalecer o trabalho em rede significa aproximar a escola de diferentes órgãos e agentes para elaborar projetos intersetoriais que ajudem a resolver questões que extrapolam as competências da escola, mas que se manifestam nela e/ou interferem na frequência, permanência e aprendizagem. A cooperação entre os órgãos é importante para evitar situações de violação de direitos, promover a saúde mental e o bem-estar e, de modo geral, melhorar as condições de vida dos estudantes, em especial de grupos vulnerabilizados e/ou que sofrem privação de direitos. Diante da importância dessa frente, ganha especial relevância ter um profissional na equipe de implementação que seja responsável por essa articulação.
A importância de institucionalizar protocolos
A fim de agir com mais rapidez e eficiência, é recomendado que a secretaria de educação consiga estabelecer parcerias intersetoriais que permitam institucionalizar alguns protocolos de atuação, a partir de concepções e diretrizes pré-determinadas. É possível e recomendável desenhar previamente planos de ação considerando os diferentes cenários – a depender de quem são as pessoas envolvidas ou da gravidade da situação. Por exemplo, se o caso envolve o âmbito criminal e a família, deve ser orientada a procurar uma delegacia? Ou é uma situação que demanda intervenções pedagógicas contínuas?
Esses protocolos podem ser organizados pela rede de ensino e repassados às equipes escolares para que possam ser incorporados ao Projeto Político-Pedagógico ou nos planos da gestão escolar. Também vale estimular que eles sejam conhecidos e debatidos por toda a equipe e comunidade, incluindo os estudantes. É importante, por exemplo, que a equipe gestora e docente tenha conhecimento e protocolos institucionalizados com relação às diferenças entre “zoeira”, bullying e violência/opressão/crime.
Alô, liderança! Dicas para implementação:
- As redes de proteção social e promoção de direitos podem se concretizar por meio da organização e criação de uma instância de trabalho entre os equipamentos, serviços públicos e as equipes de gestão escolar de cada território, promovendo, assim, relações de cooperação, comunicação e de compromisso com os adolescentes.
- Podem ser criados mecanismos e protocolos padronizados que orientem as escolas sobre como acionar equipamentos e serviços das diferentes pastas de governo, como assistência social, saúde, trabalho, habitação etc.